A Ferrovia Brasileira

A história das ferrovias no Brasil começa em 1854 com a inauguração da Estrada de Ferro Mauá, com uma extensão de 14,5 quilômetros, saindo de Rio de Janeiro até Petrópolis com integração entre o transporte aquaviário e o ferroviário sendo o primeiro transporte intermodal do Brasil.

A história das ferrovias no Brasil começa em 1854 com a inauguração da Estrada de Ferro Mauá, com uma extensão de 14,5 quilômetros, saindo de Rio de Janeiro até Petrópolis com integração entre o transporte aquaviário e o ferroviário sendo o primeiro transporte intermodal do Brasil.


No início, toda a infraestrutura ferroviária brasileira foi criada para transportar cargas de café, açúcar, algodão e minérios para os portos e seguir para os mercados da Europa e da América do Norte. Sendo o quinto maior país em extensão, fornecer um transporte que permita a movimentação de pessoas e mercadorias em toda sua extensão considerando os biomas é uma tarefa difícil.


Nos anos 30 com Getúlio Vargas a prioridade começou a passar para as rodovias, e o governo começa um processo de estatização das linhas férreas que ate então eram operadas por empresas estrangeiras de acordo com seus interesses na exportação de mercadorias. Mas a falta de planejamento prejudicou o transporte: entre 1940 e 1948 as ferrovias passaram a sofrer um sucateamento, sendo influenciadas pelo crescimento da nova indústria automobilística crescendo apenas 1.371 quilômetros na década.


Já nos anos 50, com o governo de JK e o plano de “50 anos em 5”, o foco continuou nas rodovias, pois em 6 meses eram construídos 500km enquanto nas linhas férreas se construíam os mesmos quilômetros em 3 anos. Mesmo assim, nos anos 60 os investimentos ferroviários aumentaram, chegando a 38.287 quilômetros totais. Depois, no período da ditadura militar as ferrovias tiveram o seu maior encolhimento, caindo para 29.184 km. Aos poucos, todas as pessoas foram escolhiam os ônibus, pois viagens de 7 horas poderiam ser diminuídas para até 3.


Nos anos 80 ainda era possível ir de trem de São Paulo ao Rio de Janeiro em 10 horas, e seguir para Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Essas viagens eram comuns para pessoas de todas as classes sociais.
Em 1997 a iniciativa privada começou a investir na modernização em diversas regiões com o aumento na quantidade de trens, geração de empregos e aumento de transporte de mercadorias, mas não aumentou a expansão da cobertura, que na época estagnou em 30 mil km. A construção de linhas férreas pede mais investimentos que uma rodovia, mas a longo prazo, uma ferrovia economiza pelo consumo de combustível.

Além disso, um caminhão precisa de um motorista, diesel e manutenção constante. A concessão das ferrovias acabou por criar um monopólio e com o passar do tempo, um terço das linhas férreas ficaram sem manutenção. Em 2021, restam apenas 15% do total em todo o sistema férreo brasileiro.


Outros países investiram no transporte ferroviário desde o início do século passado e continuam investindo até hoje. Trens são melhores para o transporte de muitas pessoas de uma vez, levando até 60 mil passageiros por hora.

Considerando cargas, a capacidade também é maior, lançando 10x menos gás carbônico por tonelada do que um caminhão, tendo uma vida útil 20 anos mais longa, em média.

Hoje o país paga caro por não ter enxergado o transporte ferroviário como o mais apropriado para cargas.

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